Antropologia Francesa

Antropologia Francesa: Durkheim e Mauss
Gustavo Noronha Silva
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E poss vel que a principal contribui c~ao da Escola Sociol ogica Francesa a antropologia
tenha sido mostrar de onde vem a autoridade da ci^encia. Isso tr as a tona a discuss~ao sobre
a verdade que existe na religi~ao e nas outras institui c~oes sociais, e ainda aponta que a
cren ca e a base das categorias de entendimento em diferentes grupos sociais, independente
das suas caracter sticas tecnol ogicas | j a que s o acreditamos na ci^encia porque cremos
nela, como Durkheim demonstra no seu Formas Elementares da Vida Religiosa.
O nome da obra citada, e as constata c~oes sobre a ci^encia e a cren ca j a s~ao demon-
strativos do que vem a ser o m etodo que d a suporte ao trabalho de Durkheim e Mauss:
buscar o que h a de comum nas institui c~oes sociais de todos os tempos para derivar regras
gerais.
Os autores trabalham na perspectiva de que o ser humano e duplo: individual e
coletivo. Existe algo que e exterior a ele, mas que age coercitivamente sobre ele para
que se comporte de uma forma determinada: a consci^encia coletiva. Durkheim procura
mostrar que a consci^encia coletiva e mais do que a soma de todas as consci^encias, al em
de ser constru da historicamente.
Partindo dessas bases, Marcel Mauss trabalha, assim como Malinowski, a troca de
presentes em sociedades diferentes. Seu objeto de estudo, no seu Ensaio Sobre o Dom s~ao
rituais de troca de presentes chamados potlatch.
Mauss demonstra que os presentes trocados no potlatch carregam muito mais do que
um simples agrado. Eles cont^em poder, pol tica, economia, m agica e signi cam para
aquelas tribos ceder um peda co da pr opria sociedade, j a que e como se o esp rito do
doador fosse junto ao presente, criando assim, essencialmente, a necessidade da doa c~ao,
inicialmente, da aceita c~ao e da retribui c~ao.
Essa liga c~ao forte que se cria na troca de presentes e respons avel, em grande parte,
pela coes~ao social, segundo o autor, e aqui podemos fazer uma analogia ao funcionalismo
de Malinowski. Para Mauss, no entanto, a troca de presentes n~ao serve apenas como forma
de fortalecimento dos la cos sociais: dar um presente signi ca ser generoso e, portanto,
merecedor de respeito. Acontecem nessas tribos disputas na doa c~ao de presentes, j a que
aquele que d a mais ou melhores presentes e mais merecedor de respeito.
1Acad^emico do segundo per odo do turno da manh~a do curso de Ci^encias Sociais da Universidade
Estadual de Montes Claros, UNIMONTESCom essas teorias e investiga c~oes, Mauss e Durkheim contribu ram de forma decisiva
para a antropologia, e relacionaram-se bastante com os funcionalistas em seus trabalhos,
acrescentando novos m etodos e id eias ao discurso antropol ogico.
Bibliogra a
Mauss, M. Ensaio sobre a d adiva: forma e raz~ao da troca nas sociedades arcaicas. In:
Sociologia e Antropologia. S~ao Paulo: EDUSP, 1974. pp. 35-184.
DURKHEIM, E. As formas elementares da vida religiosa. S~ao Paulo: Martins Fontes,
1996.

http://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias-sociais/ensaios/antropologia/durkheim.pdf

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